quinta-feira, 30 de julho de 2015

DECISÃO DO BC É PRATO CHEIO PARA CRÍTICAS DOS POLÍTICOS DA OPOSIÇÃO

Por: G1
Com a decisão do Copom de elevar a taxa de juros, o Banco Central informou aos investidores que sua opção continua sendo combater a inflação, já que o governo reduziu seu esforço na política fiscal. A meta de superávit de 1,1 caiu para 0,15 % do PIB, jogando maior peso sobre o BC na política monetária. 
No comunicado, o Banco Central diz que a taxa permanecerá nesse nível até conseguir levar a inflação de volta ao centro da meta, mas não há garantia de que o atual patamar da Selic (14,25%), maior nível nos últimos dez anos, é suficiente para pôr a taxa em 4,5% no final do ano que vem.
A decisão do Banco Central leva o Brasil de volta ao mais alto nível de juros reais (descontada a inflação) do mundo, prato cheio para as críticas da oposição e da base governista descontente. É um elemento a mais no difícil momento político vivido pelo país e péssimo para o ambiente de agosto, mês que se antevê difícil diante da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas da presidente Dilma e as manifestações de rua.
Fora isso, como já informado neste espaço, os parlamentares voltarão de seus Estados pressionados pelos eleitores por um posicionamento claro contra o governo. Um influente parlamentar da base passou por Brasília para resolver problemas no gabinete nesta semana e informou ao blog que a pressão local está muito grande. 
É natural que a decisão do Banco Central ajude a piorar o clima entre o Congresso Nacional e o governo. Juros altos significam mais gasto público e menor crescimento econômico. 
Enquanto governistas pressionam o Congresso, informando que o Brasil perderá o grau de investimento se deputados e senadores continuarem a votar contra o ajuste fiscal, no parlamento a leitura é diferente. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), tem repetido que o governo deveria reduzir os ministérios para cortar os gastos públicos. 
Nesse contexto, insinuações de que a ameaça de rebaixamento da Standard&Poor’s é uma consequência do comportamento do Congresso de "enfraquecer" o ajuste, irritaram ainda mais os parlamentares. Agosto vem aí. 

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