Emoção e revolta marcaram o protesto realizado pelos amigos de Alessandrina Alves Rodrigues, morta no início deste mês, vítima de um assalto ao ônibus Cohatrac São Francisco. A manifestação, que partiu da Praça Gonçalves Dias, no Centro, iniciou às 17 horas da tarde e seguiu até a Ponte José Sarney, onde os estudantes interditaram as duas vias. Parados exatamente no ponto em que Alessandrina faleceu, os manifestantes clamaram por mais segurança ao governo do estado que é a responsável pela segurança da população maranhense.
“Saímos de casa sem saber se iremos voltar. Assim aconteceu com a nossa amiga e até agora estamos sem acreditar. Quando acontece com alguém próximo a nós é que nos damos conta do mundo violento em que estamos”, afirmou um dos amigos da estudante, Allan Neemias. Emocionada, a doméstica e amiga de Alessandra há 05 anos, Mariliode Macedo, não conseguiu controlar as lágrimas ao falar da amiga durante a paralisação da ponte: “Tudo o que pedimos é justiça. Ela me faz muita falta”, disse. Ainda de acordo com informações dos amigos de Alessandrina, a jovem era filha de lavradores, morava em um povoado em Barreirinhas com mais sete irmão e veio a São Luís para estudar. Ela tinha 21 anos de idade.
A ponte ficou interditada por cerca de 20 minutos gerando um grande engarrafamento que se estendia desde a Rua Rio Branco até a Beira Mar, local por onde seguiu a passeata. Houve tensão entre os manifestantes e pessoas que estavam tentando passar pela ponte. Alguns motoqueiros buzinaram em uníssono e guardas da Secretaria Municipal de Trânsito Municipal (SMTT) tiveram que controlar a situação. Segundo a SMTT, cerca de 500 pessoas estavam participando do protesto.
Memória do crime
Uma tentativa de assalto terminou em morte na noite do dia 03 de junho deste ano, em São Luís, enquanto um ônibus, que fazia a linha Cohatrac São Francisco, passava pela ponte José Sarney. Segundo informações da coordenação de policiamento do 8º Batalhão da Polícia Militar, um homem, até então não identificado, reagiu ao assalto, matando a tiros o assaltante e atingindo a jovem Alessandrina Alves Rodrigues.
O assaltante era um adolescente de 16 anos e morreu no local. Ele estava vestido com a farda da escola Benedito Leite e armado com uma faca. Alessandrina, de 21 anos, ainda chegou a ser socorrida com vida e encaminhada ao Hospital Djalma Marques I (Socorrão I), por volta das 17h45, mas não resistiu aos ferimentos e morreu já no início da noite.
O crime aconteceu quando o adolescente entrou no ônibus, na Deodoro e assim que o coletivo chegou na cabeceira da ponte, com uma faca em mãos ele teria anunciado o assalto e passou a raspar o conteúdo do caixa da cobradora, depois seguiu recolhendo os pertences dos passageiros. Nesta hora, um outro sujeito, ainda não identificado, realizou dois disparos. De acordo com o Coronel Pedro Ribeiro, comandante do policiamento metropolitano da área 1, além da farda, o adolescente portava todos os apetrechos de estudante e não tinha passagens pela polícia. Como o ônibus ficou parado no meio da ponte, um grande engarrafamento se formou no local, agravando o tráfego de veículos.
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