sexta-feira, 13 de novembro de 2020

CRÍTICA: O RETRATO DE DORIAN GRAY OU, O RETRATO DE DUARTE10 PINTADO POR DUARTE JUNIOR

Dorian Gray, é um personagem de Oscar Wilde, bonito, apaixonado por si mesmo. Como se diria hoje, talhado nas academias da cidade e na escola de Narciso

Ao contemplar a própria beleza, proclama: “Como é triste! Eu vou ficar velho, horrendo e medonho. Ele jamais envelhecerá além deste dia de junho… Se pudesse ser diferente! Se eu permanecesse jovem e o [meu] retrato envelhecesse! Por isso – por isso – eu daria tudo! Sim, não há nada em todo mundo que eu não daria! Daria a minha alma por isso”.

Apaixonado por si mesmo, o pacto é selado. Enquanto Dorian Gray permanece jovem e belo, o retrato pintado pelo seu amigo Basil Hallward passará a envelhecer e expressar todas as marcas da corrupção da sua alma. Enquanto passeia pelos salões, o retrato fica escondido em sua casa, longe dos olhares curiosos, que só contemplam a beleza do jovem. Este é Dorian Gray.

E Duarte, nota 10?

Assim, seguindo os passos de Dorian Gray, Duarte, o Junior, também tem um retrato, que a todo custo tenta proteger dos olhos curiosos do eleitor e da eleitora. Diferente, no entanto de Dorian Gray, esse retrato, pincelado pelo marketing político e eleitoral, circula pelas redes sociais e digitais. Ainda, diferente da historia de Dorian Gray, Duarte, o Junior, é o próprio pintor do seu retrato. O que pode ser chamado de auto-retrato. Pra ser prefeito da cidade, a partir desse retrato afamado, Duarte, o Junior, também fez os seus pactos. Fez uma aliança com o famoso Maranhãozinho, que indicou pra vice sua própria sobrinha. Declarou com entusiasmo que faz parte do partido nota 10, o Republicanos, também dos filhos de Bolsonaro, e com mais entusiasmo, pra demonstrar força política, afirmou categoricamente que integra a base de Bolsonaro, o mito. Enquanto Duarte, o Junior, fazia esses acordos, o seu retrato, nas redes social, continuava ostentando o escudo do Capitão América, o grande herói do imperialismo norteamericano.

Na adolescência Duarte, o Junior, agrediu uma mulher, que vendia bolos e balas para ganhar a vida na porta da escola. O caso foi parar na policia, mas Duarte, o Junior, nega. Quando jovem, Duarte, o Junior, agrediu e humilhou um idosos. O caso foi parar na Justiça, mas Duarte, o Júnior, nega. Como candidato a prefeito; poderia pelo menos pedir desculpas às vitimas. Mas, Duarte, o Junior, quer ostentar um retrato sem máculas, sem erros, sem arrependimentos. Agora, na campanha, Duarte, o Junior, seguindo o exemplo de Bolsonaro, Guedes e de seus colegas de partido, como os filhos de Bolsonaro, defende a privatização do SUS, de forma disfarçada. Em vez de propor o fortalecimento do SUS, que transferir serviços públicos para o setor privado, transferir dinheiro da saude publica para o privado, em plena pandemia. Duarte, o Junior, é da escola do eu posso, eu faço, eu resolvo. Pensa como um super-herói de estórias de quadrinhos, pra o qual o povo é só uma vitima indefesa, incapaz de participar e tomar decisões.

O Duarte, nota 10, é assim como o retrato que Dorian Gray escondia em uma quarto de sua casa.

Como Duarte, o Junior, aprendeu: as vezes a melhor forma de esconder alguma coisa é deixando-a bem visível, na frente das câmeras. Como já diziam os antigos: triste de um povo que precisa de heróis, sobretudo de heróis de estórias de quadrinhos, de papel.

Por Leandro Miranda
Blog Marrapá

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