sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Câmara de São Luís realiza audiência pública sobre Setembro Amarelo

Em 2020, mais 6 mil casos de crise de ansiedade e depressão foram atendidos pelo Serviço de Pronto do Hospital Nina Rodrigues

Participaram da audiência pública órgãos públicos, empresas privadas e sociedade civil / Fotos: Léo Ferrari

“Setembro Amarelo, é preciso agir para salvar vidas” foi o tema da audiência pública realizada na quinta (02) de forma híbrida pela Câmara Municipal de São Luís. Na ocasião, o propositor do evento e 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara de São Luís, Octávio Soeiro (Podemos), anunciou que será apreciado pela Casa um projeto de Lei de autoria dele que visa garantir acesso gratuito a transporte para pessoas que comprovem por meio de documentação adequada que irão se deslocar até Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) para tratamento.

O parlamentar também comentou a relevância de temas como transtornos mentais e prevenção ao suicídio serem discutidos no contexto atual de pandemia. “É necessário discutirmos e aprofundarmos o debate acerca dos temas referentes ao Setembro Amarelo principalmente porque estamos vivendo um momento de pandemia em que várias pessoas tiveram perdas. Nunca mais voltaremos a ter a realidade de antes, já que mais de 500 mil vidas foram perdidas. Tudo isso interfere na saúde mental da população”, explicou o parlamentar do Podemos.

Sobre o papel da Câmara neste contexto, Octávio Soeiro disse que é contribuir para a construção e melhoria de políticas públicas. “É importante debater, mas também deliberar ações concretas para contribuir com a sociedade ludovicense, como fizemos hoje. Este é um dos papéis fundamentais do parlamento. Nesta audiência, tivemos a participação de órgãos públicos, empresas privadas e sociedade civil para que, em conjunto, buscássemos ações de fortalecimento e melhoria da saúde mental de nossa população”, assinalou.

Durante o evento, o vereador Octávio Soeiro também solicitou aos presentes que enviassem a ele dados e informações sobre a realidade da prestação de assistência em Saúde Mental na cidade de São Luís para que ele possa, posteriormente, destinar emendas parlamentares da Saúde àquela Área.

Um dos órgãos governamentais presentes no evento foi a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), por meio da coordenadora da área de Saúde Mental, Larissa de Mesquita. Na oportunidade, ela parabenizou Octávio Soeiro pelo anúncio da elaboração do PL e comentou a realidade cotidiana de pessoas que deixam de realizar tratamento por falta de recursos financeiros para transporte.

“Observamos que existem pessoas que moram em locais distantes e têm dificuldade de

transporte. Muitos não conseguem passe livre, mesmo com atestado. Então, gostaria de parabenizá-lo pela elaboração do projeto de Lei. Se tudo der certo, será possível garantir maior acesso do público ao serviço de saúde mental. Gostaria também de ressaltar a relevância deste evento. A Organização Mundial de Saúde já fala em 4ª onda da pandemia que deve acontecer na área da Saúde Mental por conta das intercorrências que a pandemia de Covid-19 têm causado nas pessoas. É preciso o envolvimento de todos nesta questão da Saúde Mental”, assinalou Larissa de Mesquita.

Já o diretor do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD) estadual, Marcelo Soares Costa, teceu comentários sobre o projeto terapêutico do CAPS AD e aproveitou a oportunidade para fazer uma solicitação aos entes públicos.

“Eu gostaria de fazer uma provocação à Prefeitura e à Câmara neste momento. Gostaria que fosse dada mais acessibilidade à população aos serviços de saúde pública. Precisamos abrir espaços para dar acesso a serviços de saúde mental. Sou técnico da área de Saúde Mental e estou falando neste momento a quem tem autoridade para fazer isso. Precisamos nos reunir para debater, mas necessitamos nos unir para agir. É preciso abrir espaços territorializados para dar assistência”, reforçou.

Na fala dos presentes, destacou-se a importância de ampliar o debate e promover mais medidas para garantir o acesso a serviços de Saúde Mental.

No discurso, o diretor clínico da Estância Bela Vista, Ricardo Vasconcelos, explicou os serviços prestados pela instituição e apresentou dados mundiais, nacionais e locais acerca de transtornos mentais e suicídio. Ele ainda abordou questões como “prevenção ao suicídio” e “automutilação”, bem como tratou dos estigmas existentes na sociedade acerca de transtornos mentais.

Vale ressaltar que a Estância Bela Vista se tornou parceira na Câmara, por meio da iniciativa do vereador Octávio Soeiro. Segundo o acordado entre as partes, a clínica iniciará prestação de atendimento na área de Saúde Mental aos servidores da Casa Legislativa ainda neste mês de setembro.

Ana Gabrielle Guterres, diretora do Hospital Nina Rodrigues também esteve na audiência pública e explicou todo o atendimento prestado à população pela unidade de saúde. Na oportunidade, ela informou que, em 2020, mais 6 mil casos de crise de ansiedade e depressão foram atendidos pelo Serviço de Pronto do Hospital. Já até junho deste ano, o número já chegava a mais de 4 mil. Na oportunidade, a gestora se colocou à disposição para também realizar atendimento a servidores da Câmara na área de Saúde Mental, por meio do Projeto Florescer.

Além dos já citados, também estiveram presentes na audiência pública o secretário municipal de Esporte e Lazer, Ricardo Diniz; a presidente do Instituto da Mulher Maranhense e ex-vereadora, Bárbara Soeiro; o diretor administrativo da Estância Bela Vista, Victor Choucino; a gerente comercial da mesma instituição, Sheila Guedes; o representante do Conselho Regional de Psicologia do Maranhão, Francisco Valberto Neto; e os co-vereadores do Coletivo Nós (PT), Jhonatan Soares e Raimunda Oliveira.

(Câmara de SLZ)

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