sábado, 9 de março de 2024

Mulheres Cientistas: conheça as histórias de duas maranhenses que desenvolveram pesquisas para ajudar a sociedade

 Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar entre os 18 países analisados com maior presença feminina na ciência, os dados são do relatório realizado pela Agência Boris

Elas decidiram seguir o caminho da pesquisa, ciência e tecnologia para ajudar a sociedade. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a reportagem do Difusora On conversou com duas mulheres maranhenses e cientistas: a médica infectologista Dra. Maria dos Remédios Freitas, vencedora do prêmio internacional Mulan, no Brics Women’s Innovation; e a estudante do curso de Química Industrial da Universidade Federal do Maranhão, Thaylanna Pinto de Lima, que pesquisa a utilização de óleos essenciais no combate ao mosquito da dengue.

A pandemia da Covid-19 evidenciou a importância da pesquisa e as diversas áreas da saúde para salvar vidas. Desde o início da pandemia, a médica infectologista, Dra. Maria dos Remédios se dedicou na divulgação de informações confiáveis e na educação da população, tanto na televisão, quanto na rádio, na internet e em comunidades locais. Ela chegou a criar até um site com diversas informações para ajudar a sociedade.

A médica, que também é professora do curso de medicina da UFMA, foi homenageada pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) com o “Reconhecimento do empenho e compromisso com a luta em defesa da vida contra a pandemia da covid-19”.

Mas o reconhecimento do trabalho da Dra. Maria dos Remédios ultrapassou as fronteiras brasileiras. Ela foi agraciada com o prêmio Mulan, no Brics Women’s Innovation (edição de 2022). O prêmio destacou uma mulher de cada país, do BRICS (bloco formadopor  Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ), que teve um papel importante na pandemia.

“Foi uma surpresa maravilhosa. Tiveram mulheres quer falaram pra mim, assim: nossa Doutora, a senhora recebeu esse prêmio, então nós sentimos que esse prêmio é nosso também. E digo que esse prêmio também é delas. Então, foi muito gratificante”, agradece.

Dra. Maria dos Remédios tem muitas pesquisas na linha dos determinantes sociais em saúde. Um outro case de sucesso dela foi a pesquisa na área da doença ‘Beriberi’, a partir de um surto de ‘Beriberi’, que aconteceu no Maranhão em 2006, provando 40 mortes de jovens.

“O Beriberi é a doença causada pela deficiência de tiamina, então tem uma relação com a fome ou com uma alimentação muito calórica, com pouca proteína e pouca fonte de vitamina B1. Então, tiamina é a vitamina B1. Isso é importante, porque é uma doença pouco pesquisada no Brasil e até hoje pesquisamos a doença”, destaca.

Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar entre os 18 países analisados com maior presença feminina na ciência, os dados são do relatório realizado pela Agência Boris.  Segundo o relatório, essa participação cresceu 29% nos últimos anos. Mas o caminho ainda é longo para as mulheres conquistaram de fato mais espaço.

Para Dra. Maria dos Remédios, o estímulo para pesquisa e ciência deve começar na infância, pela família, além do papel formador da escola e os incentivos do poder público.

“Precisamos começar pela educação da mulher. Desde o jardim de infância até a graduação, para que elas sintam que são capazes. E dentro da estrutura social, isso precisa também ser reforçado, com um suporte social para a mulher, pois se ela tem que cuidar da casa, cuidar dos filhos sozinha, ela fica sobrecarregada e acaba prejudicando sua vida profissional. Além disso, precisamos ter mais incentivos do poder público, programas e bolsas, para os pesquisadores’, analisa.

 Estudante do curso de Química da UFMA pesquisa óleos essenciais no combate à dengue

Em meio ao crescimento de caso de arbovirose em todo o país, uma estudante do curso de Química Industrial da UFMA, resolveu contribuir na luta contra o mosquito Aedes aegypti, propondo uma nova abordagem para combater a dengue, utilizando óleos essenciais.  A pesquisa é conduzida por Thaylanna Pinto de Lima, aluna da Ufma , sob a orientação do professor Victor Elias Mouchrek Filho.

A pesquisadora explica que a ideia é criar uma alternativa sustentável e economicamente viável por meio de formulações bioativas para combater o mosquito Aedes aegypti em todas as suas formas de vida. Ela avalia a pesquisa como relevante para as políticas públicas de saúde em casos sobre a dengue

“A proposta é mostrar uma alternativa de controle e combate do mosquito Aedes aegypti em suas fases de vida, bem como ajudando assim na diminuição de casos de Dengue, Zyka e Chikungunya em todo território nacional”, destaca.

Os principais óleos essenciais estudados foram jardineira, mastruz e cravo-da-índia, os quais foram transformados em formulações bioativas capazes de controlar e combater o mosquito Aedes aegypti em todas as suas principais fases de vida (ovo, larva e mosquito adulto). Observou-se uma ação efetiva principalmente na fase larval, causando mortalidade de 100% das larvas em todas as concentrações testadas.

A estudante de química segue com a pesquisa. Aliás, ser pesquisadora foi um caminho que ela escolheu ainda na adolescência, inspirada pela irmã, Thaynara Pinto de Lima, formada em Física Licenciatura.

“A minha maior inspiração veio dentro de casa, a minha irmã. E sempre gostei de química desde do ensino médio, optei pelo curso de química industrial por possuir uma área de atuação bem abrangente. Pretendo seguir n aérea da pesquisa, para ajudar cada vez mais a sociedade “, destaca.

Thaylanna também deixa um recado para as meninas que sonham em ser pesquisadoras. “Apesar das inúmeras dificuldades, meninas não desistam e continuam mostrando que são tão capazes quanto os homens”, finaliza.

 

Por Difusora On

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