O futuro do comando do Ministério das Comunicações segue indefinido após a saída do deputado Juscelino Filho (União Brasil-MA), alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto envolvimento em esquema de corrupção relacionado à liberação de emendas parlamentares.
Com a vaga aberta, o nome do também deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) surgiu como favorito para ocupar a pasta, com apoio declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, o cenário político dentro do União Brasil provocou um impasse.
De acordo com informações da Folha de S.Paulo, o partido já cogita recusar a nomeação e deixar o Ministério das Comunicações fora de sua alçada. A decisão, porém, só deve ser tomada oficialmente após o feriado da Páscoa.
Pedro Lucas, que vem sendo considerado nos bastidores como um nome de articulação política e capacidade técnica, não se pronunciou de forma definitiva sobre o convite. O parlamentar declarou que só baterá o martelo após conversas com seus aliados mais próximos.
Caso aceite o desafio, o deputado terá pouco tempo à frente da pasta, já que, para concorrer à reeleição em 2026, precisará se desincompatibilizar do cargo até abril do ano eleitoral. Isso adiciona um componente de incerteza à sua possível nomeação.
Enquanto o Planalto aguarda uma decisão, o Ministério segue sem um titular efetivo, em meio a discussões sobre sua relevância estratégica para a comunicação institucional do governo federal e o avanço de políticas públicas no setor digital e de conectividade.
A movimentação em torno do nome de Pedro Lucas também reflete o xadrez político dentro do União Brasil, partido que busca manter espaço no governo, mas que enfrenta desafios internos de coesão e imagem pública, especialmente após os desdobramentos do caso Juscelino.
A novela ministerial continua, e os próximos dias devem ser decisivos para o desfecho desse capítulo da política nacional.
Em tempos 1: A ida de Pedro trajetória política. Primeiro, ao deixar a liderança do partido, ele perde poder de articulação nacional e contribui para a divisão da bancada — uma escolha que parece imprudente.
Vale mesmo a pena trocar tudo isso por alguns meses de ministério, correndo o risco de desgastar toda a sua história política?
Lideranças e aliados próximos sugerem cautela. Comentam, inclusive, que "o salário não compensa tanto assim". Talvez o mais estratégico seja manter-se na liderança e articular para que o ministério vá para outro estado.
Em tempos 2: A crise política é real, e o governo precisa administrar com inteligência os cargos para evitar que o grito da “Anistia” ganhe força. Uma alternativa sensata seria transferir o ministério para outra região do país.
Fica a dica: ninguém em sã consciência abandona o topo da onda para se arriscar em maré incerta.
Em tempos 3: Como alternativa a Pedro Lucas, Davi Alcolumbre — responsável pela indicação de Juscelino ao ministério — vinha pressionando para que o ex-ministro assumisse a liderança da bancada ao retornar à Câmara. No entanto, outros deputados reagiram contra essa interferência externa e deixaram claro que não aceitariam uma imposição.
Além disso, um outro grupo dentro do partido se opunha à entrada do líder no governo, alegando que isso associaria ainda mais o presidente da sigla, Antônio Rueda, à gestão Lula — algo rejeitado por uma parcela significativa da legenda. Uma ala do partido defende um maior afastamento do Executivo, já de olho nas eleições de 2026. No início do mês, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lançou sua pré-candidatura à Presidência.
Com a provável recusa de Pedro Lucas, já sinalizada a seus aliados, o destino da liderança permanece indefinido. A escolha pode acabar sendo feita pela própria bancada, o que fortaleceria o nome do deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE).
Outra possibilidade considerada pelo governo seria transferir Celso Sabino (União Brasil) do Ministério do Turismo para o das Comunicações, ampliando o espaço do PSD na Esplanada. Para evitar esse cenário, o União Brasil acelerou a definição de um substituto para Juscelino Filho.
Uma terceira alternativa mencionada por parlamentares seria Alcolumbre apresentar um novo nome, já que foi dele a indicação anterior.
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